Retornei ao mundinho das fanfics e elas dominaram as minhas leituras de abril de 2025. Isso fez com que eu desse menos atenção a outros tipos de histórias, mas me dei o direito de aproveitar a diversão sem cobranças.
Como reli muitas fics de um certo ship, o que acabou não sendo suficiente, fiquei com vontade de ler o material de origem de novo. Normalmente, eu evito isso porque tem muitos mangás que ainda quero conhecer. Mas é sempre bom retornar para lugares que já são sinônimos de conforto, então vou seguir assim.
Tenho planos de escrever sobre as fanfics que leio, indicando as minhas favoritas, mas isso é algo para o futuro. Por enquanto, as leituras mensais serão apenas sobre quadrinhos no geral, mangás, manhwas e manhuas.
O ano é 2025 e eu estou lendo TokRev desde o início, porque esse o tipo de escolha muito acertada que faço. Continuo amando o começo, apesar de não ter gostado do protagonista, Takemichi, no meu primeiro contato com a história. Agora, eu acho impossível imaginar o desenvolvimento geral se ele não fosse um bebê chorão perdido. Afinal de contas, ele vai de “jovem adulto fracassado” para “a única pessoa que pode evitar uma tragédia”. Isso porque, no mesmo dia, Takemichi descobre que a ex-namorada morreu por causa de uma gangue, depois ele morre ao cair nos trilhos do trem e isso o leva de volta ao passado, quando ainda era adolescente. Um dia bastante caótico, para dizer o mínimo.
Esses quatro volumes cobrem duas voltas ao passado que geraram mudanças importantes no futuro. A primeira sendo acidental, já a segunda é proposital, o que traz consigo sentimentos agridoces, além de mostrar como a viagem do tempo do protagonista funciona. É um caso de ser claro que não seria fácil mudar o futuro e impedir a morte de Hinata, a única namorada que ele teve. Mas confesso que nem eu esperava que fosse ser tão complicado.
Eu gosto de como Takemichi é um azarado com muita sorte, porque cada pequena mudança que ele faz realmente gera um desenrolar diferente. O coitado apanha mais do que qualquer outro personagem nessa história e muitas coisas dão errado antes de melhorar, mas até isso é atrativo.
Foi bom rever como os dois principais membros da gangue mais importante, a Tokyo Manji, se conheceram e o quanto a amizade deles enquanto adolescentes é muito bonita e engraçada de acompanhar. Além disso, foi emocionante demais reviver a primeira grande briga entre gangues do mangá. Ver a introdução dos outros membros da Toman foi tão bom quanto na primeira vez e eu estou muito empolgada para continuar relendo.
Demorei três volumes para entender que meu problema era com a personagem principal. Tem um clichê que amo, o de precisar morar juntos, mas Mao é muito tsundere e isso estava me impedindo de gostar de verdade da história. Decidi ler mais um pouco, porque não gosto de abandonar leituras e essa foi uma ótima decisão.
O verdadeiro problema sempre foi a família dela, em especial o pai, pois ele era o atual cuidador de Mao. Quanto mais o mangá mostra a questão familiar dela, mais eu acho justificado que ela tenha uma personalidade hostil de fachada. Que tipo de pai deixa a filha adolescente ir morar com o amigo de infância, sem uma grama de preocupação?
A garota tem todo o direito de ter dificuldades para se expressar e não deveria ter sentido que precisava sair de casa para que a nova família do pai pudesse se ajustar melhor. Ainda bem que a protagonista tem um amigo de infância, Hiro, que já é adulto e aceitou dar abrigo para ela. Ele foi o apoio que ela precisou, incluindo quando o pai a tratou mal. Isso acabou unindo mais o futuro casal. Eles já tinham um cachorrinho para cuidarem juntos e agora Hiro está ensinando Mao a fazer deveres da casa. A família de sangue falhou tanto com ela que ninguém ensinou sequer como cozinhar o básico.
Felizmente, enfrentei outros sentimentos além de revolta enquanto lia. Por incrível que pareça, gostei de como está sendo abordado temas como amigas gostando do mesmo homem e ter crush em alguém que gosta de outra pessoa. Foi a energia caótica de shoujo em um bom tanko graças à fagulha de desenvolvimento do romance central e à melhor amiga de Mao. Além disso, o final deixou a promessa de mais caos, então estou empolgada.
16 de junho 2025, às 9:43
Parabéns pelas leituras. Uma mais interessante que a outra.
Boa semana!
Até mais, Emerson Garcia