No último domingo de julho de 2023, dia 30, aconteceu a terceira edição da PerifaCon, dessa vez na zona leste de São Paulo. Foi minha primeira edição do evento e eu estava trabalhando em dobro como redatora do Portal PerifaCon e também para trazer conteúdo para cá.
Meu credenciamento como imprensa foi aprovado, mas eu estava lá, primeiramente, como parte da redação do Portal PerifaCon. Eu escolhi participar de uma equipe formada para ajudar a cobrir o evento para o site deles e foi uma ótima experiência. Foi a primeira vez que fiz uma cobertura junto com outras pessoas e sendo alocada para fazer uma matéria específica, então eu estava bastante ansiosa. Acabou sendo uma experiência mais tranquila do que imaginei e fico feliz por ter feito parte dessa cobertura especial. Sou muito grata a todos os envolvidos que proporcionaram essa oportunidade.
Criada pelos irmãos Delgado em 2019, a PerifaCon nasceu da vontade de levar o universo nerd das convenções geek para a periferia. Conhecida como a Comic Con das Favelas, a entrada se mantém gratuita desde a primeira edição porque a ideia é justamente ser acessível para todos.
Tendo passado por Capão Redondo (zona sul) em 2019 e pela Brasilândia (zona norte) em 2022, o lugar escolhido para esse ano foi o Centro de Formação Cultural na Cidade Tiradentes (zona leste). O evento contou com atrações como as ativações de Besouro Azul, One Piece (live-action) e Sintonia. Uma mostra do Museu das Favelas com uma instalação com parte do que está presente no Palácio dos Campos Elíseos também estava no local. Além disso, havia exposições de figurinos de Star Wars e de action figures da Iron Studios.
Com um palco para o desfile de cosplay e apresentações que contaram com o pocket show de Tasha & Tracie e o show do Rashid, os entretenimentos eram diversos.
Eu fui uma das responsáveis pelas entrevistas no Beco dos Artistas, por isso foi onde passei a maior parte do dia. É meu lugar favorito em eventos e isso facilitou bastante o trabalho.
Consegui ver todo o local e as ativações rapidinho antes do horário de abertura, o que me ajudou a saber onde voltar para tirar fotos. Também consegui assistir ao painel que já estava na minha agenda, então fiquei feliz por ter dado tempo de fazer tudo que eu queria.
Com Guto Cronosfera e Milena Enevoada mediando, o bate-papo com Cadu Paschoal foi muito legal. Eu não conhecia detalhes sobre a vida e o trabalho dele, então as perguntas introdutórias ajudaram demais. Foi legal saber que ele começou no teatro e foi parar no Aranhaverso porque o diretor precisava dublar o trailer rápido e pediu sua ajuda. Depois, o próprio trailer foi usado como teste para o filme e foi assim que ele virou o Miles Morales.
Cadu disse que começou a se identificar mais com o Miles no segundo filme por causa da parte familiar e da questão de sair de casa. No filme, isso gerou a sensação de quanto mais longe fisicamente, mais próximo o personagem se sentia da mãe. Por ser algo que o dublador também passou, foi onde ele sentiu que a aproximação entre eles se estreitou.
Uma coisa que eu não sabia é que um filme vai para a dublagem antes de estar finalizado, então algumas partes precisam ser regravadas por causa disso. Seja porque houve adição de cena ou alteração em alguma que já estava pronta, essas mudanças já são algo esperado pelos dubladores. Além disso, essa necessidade de regravar faz sentido pelo lado de só ser possível entender o tom de algumas cenas quando já se sabe mais sobre a história.
Ele trouxe outra curiosidade que surpreendeu até os mediadores: a informação de que geralmente um dublador demora de seis à oito horas para dublar um filme para o cinema. Sim, o filme inteiro. Ele dublou Homem-Aranha: Através do Aranhaverso em mais ou menos quatro dias e disse que o tempo de dublagem depende do ritmo do dublador.
Ele falou que dar voz a um super-herói é novo para ele porque esse universo não era algo que ele acompanhava antes de começar a dublar um Homem-Aranha. Não é uma revelação muito surpreendente porque ele não é o único, tem até atores que só sabiam o básico sobre personagens famosos que eles estavam interpretando. Para mim, isso está longe de ser um problema porque o que importa é ser bom na hora de representar o herói.
Assim como os fãs, ele ficou sabendo sobre a continuação ao assistir o filme. De acordo com Cadu, foi uma surpresa boa porque é mais um trabalho garantido.
Apesar de sempre estar em eventos, não sou uma pessoa extrovertida o suficiente para fazer entrevistas, então essa foi a minha estreia na área. Falar que fiquei muito ansiosa quando soube o que teria que fazer é apontar o óbvio, mas foi o que aconteceu. Minha maior preocupação era não atrapalhar os artistas, além de tentar não travar durante as perguntas. No fim, deu tudo certo, principalmente porque ficou claro que os artistas estavam abertos para conversar.
Como faz pouco tempo que comecei a acompanhar artistas independentes, sei que não tenho um grande conhecimento sobre o assunto. Por isso meu agradecimento vai para minha amiga artista Millie Benassi, que me deu as melhores dicas sobre o tema. Acredito que o resultado foram boas perguntas porque foi muito legal ver a conversa desenvolvendo bem com os artistas.
Os entrevistados foram Leonardo Cesar – leocesaturn (Instagram e Twitter), Lyv – lyv_x (Instagram e Twitter), Cecília Ramos – cartumante (Instagram, Facebook e Twitter), Eryk Souza – kyreryk (Instagram, Facebook e Twitter), Paloma Santos – partes.art (Instagram, Facebook e Twitter), Nath Bê – cofundadora da IndieVisivel Press (Instagram, Facebook e Twitter) e Douglas Docelino – douglasdocelino (Instagram).
Fiz as entrevistas em conjunto com o Gabriel Santos que também estava lá como parte da equipe do Portal PerifaCon. Nós já entregamos o nosso texto para o editor do site, então agora é aguardar para o conteúdo ser liberado.