Eu não estava preparada para tudo que aconteceu na Bienal do Livro de SP 2022. Não estou exagerando, foram tantas coisas que comecei a escrever este post antes mesmo do evento começar.
Já falei aqui sobre isso, mas em 2018 eu tive a credencial de imprensa aprovada para a Bienal e foi a realização de um sonho. Infelizmente fui reprovada este ano, o que gerou uma tristeza, ainda mais que eu estava doente na semana em que recebi o e-mail com a negativa. Por alguns dias, fiquei sem saber se iria ou não porque fiquei muito chateada mesmo. Sei que me afastei bastante dos livros e estou focando mais em conteúdos sobre animes e mangás, mas livros sempre foram uma parte muito importante da minha vida. Aliás, criei o Ellendo por causa do meu amor por livros, por isso que, mesmo frequentando a Bienal todos os anos desde 2010, quase que 2022 se torna o ano que ia quebrar esse ciclo.
Depois de pensar muito, eu decidi ir pelo menos um dia e foi quando uma amiga me lembrou que sorteios de ingressos existem. Ela não só lembrou disso, ainda participou de um concurso para me ajudar e ganhou um par de ingressos. Eu ainda não sei como agradecer a Millie por isso e por todo apoio sempre, mesmo quando tenho ideias muito duvidosas. Obrigada, amiga! Deixo a recomendação de acompanhá-la no Instagram e no Tiktok, ela é uma artista maravilhosa.
Entre a negativa da credencial e os ingressos de cortesia, aconteceu mais uma coisa. Eu esqueci de verificar quando as senhas dos autógrafos da Arena Cultural estariam disponíveis, então quase chorei logo no primeiro dia da distribuição porque as sessões de autógrafos que eu queria participar já estavam esgotadas. Mas, como não sei desistir, deixei os links abertos e fiquei recarregado as páginas. Não sei explicar o que aconteceu, só sei que voltaram a aparecer como disponíveis e foi assim que consegui. Obrigada, Stefany, por ter me avisado sobre as senhas!
Fila de CCXP com organização de bar da esquina, foi assim que começou a Bienal 2022. Eu não estou reclamando da fila em si, isso é algo esperado, o problema foi a desorganização. Levei mais de uma hora para conseguir entrar no primeiro portão, sendo que a fila era na rua, estava muito calor e ainda tinha mais filas na parte interna. As ruas estavam lotadas de gente e ninguém da organização sabia dar informações. Como se isso já não fosse ruim, só tinha gente da organização e guardas da CET exatamente na frente da entrada. Fora dessa área era cada um por si, dado que todas as ruas ao redor estavam com tráfego normal. Então, sim, odiei isso.
Queria dizer que não teve mais nenhum problema, mas achei a sessão de autógrafos com Carol Moreira, Mabê Bonafé e Ivan Mizanzuk muito bagunçada. Ficou claro que os responsáveis tentaram agilizar porque queriam que acabasse logo, só que isso gerou um caos desnecessário. O palco era minúsculo, mas ainda assim acharam que era uma boa ideia colocar um monte de gente se movendo lá. Uma pessoa caiu ao encostar em um corrimão que deveria estar fixado ao chão e nem isso fez com que parassem de colocar mais gente no palco. Então, sim, odiei isso também.
Nunca tinha visto um primeiro final de semana de Bienal tão lotado e algumas pessoas com quem conversei também estavam surpresas. Normalmente é o segundo fim de semana que lota mais, mas nem deveria estar chocada com 2022 mudando isso, afinal de contas a última Bienal do Livro SP foi em 2018.
Sempre fico perdida quando encontro autores pela primeira vez porque fico nervosa e esqueço como conversar. Isso foi um pouco pior com Xiran Jay Zhao porque cheguei exatamente no horário do autógrafo, depois de todo sofrimento para entrar no pavilhão. É claro que eu estava exausta e meu cérebro não estava no funcionamento normal. Ainda assim, deu para conversar um pouquinho e eu achei engraçado o comentário delu sobre São Paulo lembrar a China. Não cheguei a tempo de assistir o bate-papo, mas a sessão de autógrafos compensou.
Foi maravilhoso conhecer as responsáveis pelo primeiro podcast que ouvi na vida, as maravilhosas Carol Moreira e Mabê Bonafé. Elas foram uns amores, prestaram atenção no que eu estava falando, mesmo que não fizesse muito sentido porque fiquei tão empolgada que me atrapalhei ao falar. Fiquei feliz por ter conhecido elas, por ter conseguido entregar marcadores de páginas do site e falar que já fiz post sobre o Modus Operandi. Meu coração quase não aguentou a cena da Carol guardando o marcador dentro da jaqueta.
Óbvio que eu não ia perder a oportunidade de ser fangirl e conhecer o Ivan Mizanzuk. Eu já achava que ele é uma pessoa maravilhosa, mas agora tenho certeza disso. Super receptivo, escutou enquanto eu compartilhava a indignação que sinto sempre que ouço o podcast e como isso me faz ficar comentando os episódios sozinha. Ele é tão simpático que nem pareceu que estava me dando um aviso sobre algo ruim quando falou para eu me preparar porque a história sobre o caso de Altamira, a atual temporada do Projeto Humanos, vai ficar pior do que já está.
Confesso que quase desisti de voltar no domingo, mas, como eu tinha mais um ingresso, senti que precisava aproveitar. Cheguei no final da tarde, o que foi ótimo por causa da tranquilidade para entrar, muito diferente do que foi no sábado. Meu plano era andar pela feira, entrar nos estantes, tirar fotos e fazer compras com calma. Consegui fazer tudo menos o último porque tenho dado preferência para mangás e os dois que eu queria não estavam disponíveis lá. Assim, finalizei com o menor saldo de compras em Bienais: comprei um único livro, o Modus Operandi: Guia de true crime.
É engraçado lembrar que na de 2018 eu acordei às seis da manhã em três dias devido as sessões de autógrafos às 11h. Fui em seis dos dez dias de duração, fiquei lá por mais de oito horas em alguns dias.
Este ano eu fui somente em dois dias e foi muito mais cansativo. Mas foi muito bom rever amigos e autores, conhecer pessoas novas e conversar sobre livros. Posso falar que valeu a pena ir, estou feliz por ter mais uma Bienal na minha lista de eventos.