Ficha técnica: A mulher na janela
A.J. Finn
Editora Arqueiro
352 páginas
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Sinopse: Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e… espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece.
Não sou muito fã de resenhar livros de suspense e mistério, principalmente por ter medo de dar spoiler sem querer, mas “A mulher na janela” definitivamente merece um post só para si.
O autor conseguiu estrear com um bom livro e isso é ótimo. A história foi bem conduzida, a ponto de eu sentir que era impossível parar de ler. Claro que tem alguns elementos que podem ser considerados clichês do suspense, mas acho que são bem normais e esperados.
A Anna é uma personagem muito fácil de projetar na “vida real”, portanto fica fácil entender quem ela é e toda a situação em que se encontra. Aliás, é bem compreensível ela ter se tornado uma pessoa reclusa e usar a curiosidade pela vida dos vizinhos como única diversão do dia. E gostei que, independente de qualquer coisa, ela foi até o fim para entender o que aconteceu.
O único problema, para mim, foi a demora em falar o que houve na casa do vizinho. Sou uma pessoa curiosa e a sinopse passa que teve algo no mínimo chocante, então eu estava super ansiosa para saber o que era. Mas só depois de mais de cem páginas que o leitor fica sabendo o que é e isso foi meio estressante, porém me motivou a ler mais rápido.
Em compensação, essa também é uma das coisas que mais gostei. No final é possível entender o porquê de o escritor ter “demorado” para introduzir o mistério e é impossível não concordar com a decisão dele. Ele usou muito bem as primeiras páginas para preparar o solo antes de jogar a bomba. E isso facilitou muito na hora de compreender certas partes.
Só consegui adivinhar uma parte do mistério, o que foi ótimo. Normalmente eu descubro tudo antes de ser resolvido na história, sendo assim fico feliz quando não consigo exercer minha mágica e isso entra no saldo de coisas positivas do livro.
Também foi fácil perceber o cuidado que o autor teve ao retratar uma pessoa com transtornos mentais e fobias, logo me agradou bastante. Isso é muito importante porque já tem pessoas demais banalizando e ninguém precisa disso na literatura.
E vai ter adaptação cinematográfica! A estreia está prevista para outubro deste ano e mal posso esperar para assistir.
A título de curiosidade, tive a oportunidade de conhecer o A.J. Finn durante a Bienal do Livro de SP 2018. Ele foi super simpático, me fez algumas perguntas e tivemos um verdadeiro ataque de fangirl quando começamos a falar sobre o livro. O que foi bem engraçado porque parecia que não queríamos dar spoilers um para o outro e ficamos conversando em códigos.
Avaliação: 4.5 estrelas
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